A distância tem uma estranha capacidade de divinizar as pessoas, de tornar heróico seus atos. Em contraponto, a proximidade nos leva a humanizar as pessoas, a enxergar seus defeitos mais de perto.
É como se fosse um rosto: de longe, ele nos parece perfeito e belo, mas a medida que nos aproximamos podemos enxergar suas cicatrizes e rugas.
É da experiência que retiro esta constatação. Algumas pessoas com as quais convivi, a medida que o tempo passou, acabei esquecendo seus defeitos e deixando que a saudade idealizasse suas qualidades. Aliás, não é por outro motivo que tanto elogiamos aqueles que já se foram... Guardamos somente o que nos interessa.
Por isso, quero postular aqui uma teoria que muito me assiste: estar perto de quem amamos nem sempre é bom, às vezes precisamos nos afastar para ver melhor o contexto que nos cerca.
Quando ficamos muito próximos, acabamos não valorizando as pessoas porque tudo nos parece fácil demais. Somente quando nos colocamos a certa distância é que sentimos e fazemos sentir a importância que temos e que os outros tem em nossa vida.
Somos assim, seres complexos a tal ponto que somente de longe entendemos a importância e o valor de se estar por perto.
Comentários
Postar um comentário