A pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil em março de 2020 e continua nos afetando até os dias atuais. No início, algumas pessoas acreditavam que iríamos aprender com a doença e nos tornar pessoas melhores. Contudo, na minha visão, isso não ocorreu. Pelo contrário, no contexto da pandemia, vimos muitas demonstrações de egoísmo, de ignorância e de maldade humana.
Apesar da distribuição do auxílio emergencial e da doação de cestas básicas aos mais pobres durante o processo de agravamento da Covid-19, essas ações foram insuficientes e não conseguiram impedir o aumento da pobreza no Brasil. De acordo com dados do economista Daniel Duque, da Fundação Getulio Vargas (FGV), entre 2019 e 2021, a pobreza cresceu em 24 das 27 unidades da federação.
Além disso, mesmo o Coronavírus causando a morte de milhares de pessoas, vários indivíduos e até mesmo governantes políticos se utilizaram de discursos negacionistas para contestar o distanciamento social, o uso de máscara e a vacinação. Em relação a esta última, ficou bastante evidente o atraso na compra de imunizantes como o da Pfizer e da Coronavac.
Ainda nesse contexto de combate a pandemia, a maldade foi tamanha que alguns médicos e até mesmo planos de saúde promoveram a defesa e a utilização de medicamentos cuja eficácia contra a Covid-19 não existia. Assim, a falsa sensação de que havia uma cura fez muitas pessoas saírem às ruas, o que aumentou o número de contaminados, sequelados e mortos.
Portanto, esse conjunto de fatos demonstra que não aprendemos o que deveríamos com a pandemia. A solidariedade aos mais carentes não ocorreu na medida necessária, a promoção das medidas sanitárias sofreu contestações e muitas organizações usaram sua credibilidade para legitimar teses anticientíficas. Em outras palavras, sairemos da pandemia pior do que entramos, com nossa pobreza econômica, ética e espiritual estando nos seus patamares mais elevados.
De fato, muito da situação se agravou. A pandemia foi bem repentina, acho que muitos nem esperavam isso. Sou inclinado a pensar que o Brasil mudou para pior, mas pior nem sempre significa "duradouramente pior". Acredito que, com as lições aprendidas bem na cara do povo brasileiro, podemos ter um cenário muito mais otimista nos próximos anos - quem sabe, com o novo governo por vir!
ResponderExcluirParabéns pelo artigo